sexta-feira, 20 de julho de 2012


Óleo Diesel

Conceitos Gerais

 Em busca de uma alternativa ao motor Ciclo OTTO, Rudolf Diesel em 1982 recebia sua patente para o motor de compressão. Que a principio funciona a carvão em pó.

Diesel reconhecendo a vantagem do derivado de petróleo em comparação ao carvão em pó, fez alterações técnicos em seu projeto e começou usar o óleo com combustível.

Hoje tanto o óleo como o motor recebe o nome de Diesel (Alexandre Szklo / Vctor Cohen Uller, Fundamentos do Refino de Petróleo, 2008).

Características Gerais

O petróleo é um hidrocarboneto, que são compostos orgânicos formados por carbono e hidrogênio.

De acordo com seu arranjo molecular são classificados como hidrocarbonetos saturados (parafínicos), insaturados (olefinas) e aromáticos.

Os saturados são divididos em parafínicos normais, ramificados e cíclicos(Naftênico).

A melhor corrente de hidrocarboneto para produção de óleo diesel e a parafina normal. Isso porque esta corrente apresenta a menor capacidade de sofrer combustão por pressão ( o que é medido pelo seu número de cetanas).

A tabela 1 apresenta as principais características das famílias dos hidrocarbonetos normalmente encontrados no petróleo.









Tabela 1 – Características dos hidrocarbonetos




Parafina Normal
Parafina Ramificada
Oleofina
Naftênico
Aromático
Densidade
Baixa
Baixa
Baixa
Média
Alta
Gasolina
Ruim
Boa
Boa
Média
Muito boa
Diesel
Bom
Médio
Médio
Médio
Ruim
Lubrificantes
Ótimo
Bom
Médio
Médio
Ruim
Resistente à Oxidação
Boa
Boa
Boa
Boa

Fonte: José Eduardo Thomas, Fundamentos de Engenharia de Petróleo, Cap 1, Pg 8.

A primeira etapa que passa o óleo cru no processo de refino, para obtenção do Diesel acontece na Destilação atmosférica.

A destilação é um processo que separa os compostos químicos. A composição química do diesel esta entre C10 a C22, estes composto podem ser parafínicos, naftênicos ou aromático. E sua faixa de destilação vai de 235 a 3050C.



A tabela 2 apresenta as principais frações de corte, composição química e seus usos.

Tabela 2 – Frações típicas do petróleo.

Fração
Temperatura de ebulição (0C)
Composição aproximada
Usos
Gás residencial
Gás liquefeito de petróleo - GLP
----
Até 40
C1  -  C2
C3 – C4
Gás combustível.
Gás combustível engarrafado, uso doméstico e industrial
Gasolina
40 - 175
C5 C10
Combustível de automóveis, solventes
Querosene
175 - 235
C11 – C12
Iluminação, combustível de aviões a jato.
Gasóleo Leve
235 – 305
C18 – C25
Diesel, fornos
Gasóleo Pesado
305 – 400
C18 – C25
Combustível, matéria-prima para lubrificantes
Lubrificantes
400 – 510
C26 – C38

Óleos Lubrificantes
Resíduo
Acima de 510
C 38 +
Asfalto, piche, impermeabilizantes.

Fonte: José Eduardo Thomas, Fundamentos de Engenharia de Petróleo, 2004, Cap1, Pg 5.

Como vimos na tabela a cima, a fração, temperatura de ebulição e composição aproximada, que se encaixa para o uso do diesel ainda não é o combustível em si, mas sim matéria prima para sua produção.

Por não ter as propriedades técnicas que a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) determina. (José Eduardo Thomas, Fundamentos de Engenharia De Petróleo, 2004).

Pool

Para que uma refinaria produza diesel, é necessário ter um pool, isso que dizer uma cesta de derivado que será usado na produção do combustível.

Dependendo do esquema da refinaria (hydroskimming, Crackin, Coking/Hydrocracking, Hycon), o pool pode vim de processos distintos.

Processos de Separação

·                    Destilação Atmosférica.

·                    Destilação a Vácuo

Processos de Conversão

·                    Craqueamento FCC

·                    Craqueamento RFCC

·                    Fexi-Coqueamento

·                    Hidrocraqueamento

·                    Termo-craqueamento

·                    Visco-Redução

Quando a produção é direcionada para uma grande quantidade e baixa qualidade o Pool do óleo diesel vem de Destilação Atmosférica, Hidrocraqueamento (HCC), Hidrotratamento (HDT), Craqueamento Catalítico em leito fluidizado (FCC) e uma fração de querosene.

Quando a produção é direcionada para um diesel de boa qualidade o pool vem de HCC, HDT e querosene hidrotratada (HDTQ).



Características especificas do diesel

·                    Temperatura de ebulição e perfil de destilação

·                    Viscosidade

·                    Temperatura de fusão

·                    Instabilidade

·                    Poder calorífico

·                    Temperatura de ignição.

A menor temperatura que um combustível entra em combustão sem ter a necessidade de uma fonte de calor.

·                    Ponto de Fluidez

Temperatura onde o diesel deixa de escoar + 30 C.

·                    Ponto de entupimento de filtro a frio.

Temperatura no qual os cristais precipitados causam o entupimento do filtro interrompendo o fluxo.

·                    Números de cetanas (NC)

O número de cetanas, expressa a facilidade do diesel para entra em ignição. Quanto maior o número de cetanas mais rápido o combustível entrara em combustão.

O diesel devera inflamar quanto entra em contato com o ar aquecido. Esse requisito técnico é importante para assegurar o arranque do motor e ter uma combustão mais completa. Por outro lado um combustível de baixo NC resiste a autodetonação e tem grande atraso para ignição.

O diesel deve ter NC entre 30 e 60 cetanas e o mais eficiente esta entre 45 e 50 cetanas.

Abaixo de 30 tem dificuldade do arranque do motor e inflamabilidade e produz uma grande quantidade de fumaça. E acima de 60 o combustível entra em inflamação antes do tempo diminuindo a potência e comprometendo os componentes mecânicos.

Dois compostos químicos definem o padrão do NC.

1-metil-naftaleno (ou alfa-metil-naftaleno) conferindo o NC igual a zero (O). Por ser tóxico foi substituído pelo Heptametilnonano que assume valor 15 para o número. N-hexadecano (cetana), confere o NC é igual a 100.

Estes hidrocarbonetos servem de medição para comparação da cetanagem do combustível. Índice de cetanagem (IC) 45         45% de cetanas ou N- Hexadecano e 55% de Heptametilnonano.



·                    Partida

Quando se da a partida a compressão do combustível é a única fonte de calor para que o diesel alcance sua temperatura de ignição (cerca de 4000 C).

Se a temperatura ambiente estiver no ponto de fluidez, haverá a dificuldade do motor partir, nesse caso o motor estará recebendo calor da compressão, retardando o tempo em que o combustível atingirá o ponto de ignição. Nessa situação para que isso não acontece o NC mínimo devera estar entre 40, em motores modernos.



·                    Operações a baixas temperaturas

A dificuldade no arranque no motor em baixas temperaturas se da pela grande quantidade de composto parafínicos que o diesel tem. Nas refinarias o pool do diesel tem que ser mudado para responder esse problema.

Ø    Reduzindo o uso de hidrocarbonetos parafínicos

Ø    Reduzindo a temperatura de corte do diesel( isto excluirá os componentes parafínicos de alto peso molecular propensos a formar ceras)

Ø    Diluindo o combustível com um outro com menor conteúdo de cera ( por exemplo, querosene).

Ø    Adicionando aditivos para operação do diesel a reduzidas temperaturas.

(Alexandre Szklo / Vctor Cohen Uller, Fundamentos do Refino de Petróleo, 2008 Cap 5).

Resolução da ANP N0 65

A resolução da ANP N0 65 De 9.12.201, tem o objetivo de regulamentar as especificações dos óleos diesel de uso rodoviário, com base no regulamento técnico ANP N0 8/ 2011, em todo território nacional.

O óleo diesel e classificado em tipo A e tipo B.

Tipo A, óleo diesel destinado a veículos dotados de motores do ciclo diesel, de uso rodoviário sem a adição de biodiesel.

Tipo B óleo diesel adicionado de biodiesel no teor estabelecido pela legislação vigente.

Os óleos são:

1 – Óleo diesel A S10 e B S10 combustíveis com teor de enxofre, máximo de 10 mg/Kg

1 – Óleo diesel A S50 e B S50 combustíveis com teor de enxofre, máximo de 50 mg/Kg

1 – Óleo diesel A S500 e B S500 combustíveis com teor de enxofre, máximo de 500 mg/Kg

1 – Óleo diesel A S1800 e B S1800 combustíveis com teor de enxofre, máximo de 1800 mg/Kg

Regulamento Técnico ANP N0 8/2011

Este regulamento aplica-se ao óleo A e B, para comercialização em todos o território nacional.

As normas aplicadas será realizada mediante o emprego de normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), da ASTM internacional, do Comitté Européen de Normalisation (CEN) ou Internacional Organization for Standardization (ISSO).

A tabela 3 Apresenta especificação técnica com método e título. A tabela completa encontra-se na referida resolução.

MÉTODO
TÍTULO
NBR 7148
Petróleo e produtos de petróleo - Determinação da massa específica, densidade relativa e ºAPI - Método do densímetro
NBR 7974
Produtos de petróleo - Determinação do ponto de fulgor pelo vaso fechado Tag
NBR 9619
Produtos de petróleo - Destilação à pressão atmosférica
NBR 9842
Produtos de petróleo - Determinação do teor de cinzas
NBR 10441
Produtos de petróleo - Líquidos transparentes e opacos - Determinação da viscosidade cinemática e cálculo da viscosidade dinâmica

NBR 15568
Biodiesel - Determinação do teor de biodiesel em óleo diesel por espectroscopia na região do infravermelho médio

Fonte: (ANP Resolução N0 65, De 9.12.2011 Anexo 2)

Tabela 4 mostra a especificações do óleo diesel de uso rodoviário.

CARACTERÍSTICA (1)
UNIDADE
LIMITE
MÉTODO
TIPO A e B
ABNT NBR
ASTM/EN
S10
S50 (2)
S500
S1800 (3)
Aspecto
-
Límpido e isento de impurezas
14954
D4176
Cor
-
(4)
(5)(6)
Cor ASTM, máx.
-
3,0 (7)
14483
D1500
D6045
Teor de biodiesel (8)
% volume
(9)
15568
EN 14078
Enxofre total, máx.
mg/kg
10






50






-






-






-







D2622
D5453
D7039
D7212 (10)
D7220 (10)
-
-
500
1800
14533
D2622
D4294
D5453
Massa específica a 20ºC
kg/m³
820 a 850 (11)
820 a 865
820 a 880
7148
14065
D1298
D4052
Ponto de fulgor, mín.
ºC
38,0
7974
14598
-
D56
D93
D3828
Viscosidade a 40ºC
mm²/s
2,0 a 4,5
2,0 a 5,0
10441
D445
Destilação
10% vol., recuperados
ºC
180,0 (mín.)
Anotar
9619
D86
50% vol., recuperados
245,0 a 295,0
245,0 a 310,0
85% vol., recuperados, máx.
-
-
360,0
370,0
90% vol., recuperados
-
360,0
(máx.)
Anotar
Anotar
95% vol., recuperados, máx
370,0
-
Ponto de entupimento de filtro a frio, máx.
ºC
(12)
14747
D6371
Número de cetano, mín. ou Número de cetano derivado (NCD), mín.
-
48
46
42 (13)
-
-
-
D613
D6890
D7170
Resíduo de carbono Ramsbottom no resíduo dos 10% finais da destilação, máx.
% massa
0,25
14318
D524
Cinzas, máx.
% massa
0,010
9842
D482
Corrosividade ao cobre, 3h a 50ºC, máx
-
1
14359
D130
Água (14)
mg/kg
200 (máx.)
Anotar
-
-
D6304
EN ISO 12937
Contaminação total (14)
mg/kg
24 (máx.)
Anotar
-
-
-
EN 12662
Água e sedimentos, máx. (15)
% volume
0,05
-
D2709
Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (16)
% massa
11 (máx.)
Anotar
-
-
-
D5186
D6591 (17)
EN 12916 (17)
Estabilidade à oxidação (16)
mg/100mL
2,5 (máx.)
Anotar
-
-
-
D2274 (18)
D5304
Índice de neutralização
mg KOH/g
Anotar
-
-
14248
D974
Lubricidade, máx.
µm
(19)
-
-
D 6079
ISO 12156
Condutividade elétrica, mín. (20)
pS/m
25
-
-
-
-
D2624
D4308



Fonte: (ANP Resolução N0 65, De 9.12.2011 Anexo 2)



O óleo Diesel é o derivado de petróleo mais consumido no Brasil nas áreas, industrial, construção civil, naval, agrícola e principalmente na área rodoviária.

A Petrobras produz três tipos de óleo diesel automotivo que são:

·                    Diesel S 1800

·                    Diesel S 500

·                    Diesel S 50

Diesel comum:

Os Óleos Diesel rodoviários S-1800 e S-500 são assim chamados por conter respectivamente 1800 e 500mg/kg ou ppm (partes por milhão) de teor máximo de enxofre e atende aos motores diesel fabricados antes de 1° de janeiro de 2012



Diesel de Inverno

Em 2004 começa ser comercializado nos estados do sul do país, entre os meses de maio e setembro.

O Diesel Inverno foi desenvolvido com tecnologia de ponta da Petrobras para atender aos veículos e equipamentos que operam em temperaturas abaixo de zero grau.

A formulação especial do Diesel Inverno proporciona partidas rápidas e dispensa o uso de outros aditivos ou misturas que comprometam o bom funcionamento do motor

Extra Diesel

 Extra Diesel possui um exclusivo pacote de aditivos (detergente, antiespumante e anticorrosivo e emulsificante) que melhora o desempenho e reduz os custos de manutenção.

Cada aditivo age de forma específica:

·                    O aditivo detergente remove depósitos no sistema de alimentação de combustível e dos bicos injetores

·                    O aditivo antiespumante reduz a formação de espuma durante o enchimento e permite o abastecimento em menor tempo,

·                    O aditivo anticorrosivo e emulsificante diminui os níveis de corrosão nos tanques e linhas de combustível.

A utilização contínua do Extra Diesel permite uma mistura mais homogênea do combustível com o ar, o que melhora o rendimento do motor, evita o desperdício de óleo diesel e, ainda, reduz as emissões.



Diesel Podium

Para garantir o melhor desempenho do motor, reduzir e o tempo de retomada de velocidade.

Este óleo diesel é formado por correntes de petróleos especiais e tem aditivos exclusivos, que mantêm limpo o sistema de injeção e reduz a formação de espuma, quando você completa o tanque de combustível.

Outra vantagem do Diesel Podium é que, por ser o único com duplo sistema de filtragem nos postos de serviço, ele remove as partículas sólidas e a água na hora do abastecimento.



Diesel S 50

A Petrobras produz e comercializa diesel S50 desde 2009 já é fornecido para as frotas de ônibus urbanos das principais regiões metropolitanas, a partir 1º de janeiro de 2012 o Diesel S-50 encontra-se em postos por todo país para abastecer a nova frota de veículos leves e pesados a que atendem aos limites de emissões.

O Diesel S-50 é adequado para os novos motores a diesel fabricados a partir de 2012, reduzindo a emissão em até 80%. Com o número mínimo de cetano 46 (medida de qualidade da combustão a diesel).

O ferecendo o seu uso a qualquer veículo, inclusive os fabricados antes de 2012, com as seguintes vantagens, redução das emissões de material particulado, menor desgaste dos anéis e cilindros, com aumento da vida útil, e menor deterioração do óleo lubrificante.



A principal mudança vem em contribuição para uma melhor qualidade do ar, pois a dispersão de enxofre na atmosfera contribui para a formação de chuva acida. O diesel vendido nos grandes centros urbanos é o S500, de 500 ppm de enxofre e, no interior do país, o S1.800.

A partir de 2012, serão abastecidos com o S50, de 50 ppm de enxofre. A partir de 2013, o S50 será substituído pelo S10.

O abastecimento em motores a diesel produzido a partir de 2012, com diesel S500 e S 1800 é prejudicial para o conjunto mecânico do motor, provoca o aumento das emissões, entupimento do catalisador e filtro, formação de depósitos, carbonização do motor, aumento do consumo de combustível, redução da vida útil do veículo,entre outros problemas.

















 ARLA 32



O arla 32 é um complemento ao sistema para a diminuição para o gás óxido de nitrogênio.

É um reagente líquido, à base de ureia, específico para aplicação veicular, injetado no escapamento por um sistema de dosagem, necessário nos veículos com a tecnologia SCR. No catalisador, ocorre reação química que transforma o óxido de nitrogênio (NOx) em nitrogênio e vapor d’água, reduzindo os níveis de emissões em até 98%.

O arla 32 não é misturado ao diesel, tem um reservatório próprio, separado e devidamente identificado. O consumo é de aproximadamente 5% do diesel, em geral o tanque deve ser suficiente para 3 ou 4 tanques de diesel.

 O arla não tem cheiro, não irrita a pele, não é explosivo e nem poluente. Só não deve ser armazenado em recipientes metálicos, que podem enferrujar.

O veiculo abastecido com arla, em sua falta o motor funcionara, mas perdera de 25% a 40% do seu torque até que o tanque seja abastecido.

Fonte: (WWW.petrobras.com.br/Proconve)